jueves, 21 de mayo de 2009

Temperamento e comportamento materno-filial de ovinos das raças Corriedale e Ideal e sua relação com a sobrevivência dos cordeiros

Ciência Rural

ISSN 0103-8478 versãoimpressa

Cienc. Rural v.38 n.5 Santa Maria ago. 2008


Temperamento e comportamento materno-filial de ovinos das raças Corriedale e Ideal e sua relação com a sobrevivência dos cordeiros

Carmen Lucia de Souza RechI; José Luiz RechI; Vivian FischerII, 1; Maria Teresa Moreira OsórioI; Nelson ManzoniIII; Heden Luiz Marques MoreiraI; Isabella Dias Barbosa da SilveiraI; Adriana Kroef TaroucoIV

IDepartamento de Zootecnia, Programa de Pós-graduação em Zootecnia, Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), CP 354, 96010-970, Pelotas, RS, Brasil 
IIDepartamento de Zootecnia, Progama de Pós-graduação em Zootecnia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Av. Bento Gonçalves, 7712, 91540-000, Porto Alegre, RS, Brasil. Email: vfried@portoweb.com.br 
IIIEmbrapa, Bagé, RS, Brasil 
IVUniversidade de São Paulo (USP). Duque de Caxias Norte, 225, CP 23, 13635-900, Pirassununga, SP, Brasil

 

 


RESUMO

O experimento foi conduzido na Estação Experimental da Embrapa, Bagé, Rio Grande do Sul, entre março de 2005 e fevereiro de 2006. O objetivo foi avaliar o comportamento materno-filial e o temperamento de ovelhas e cordeiros e relacioná-los com a sobrevivência dos cordeiros. Foram utilizadas 47 ovelhas da raça Corriedale, com peso médio de 52,1kg, e 45 ovelhas da raça Ideal, com peso médio de 49,5kg, em um delineamento inteiramente casualizado. O temperamento foi avaliado por meio dos testes: escore de comportamento materno (ECM), tempo de fuga, tipo de marcha e distância de fuga. As ovelhas da raça Corriedale apresentaram maiores valores no teste tipo de marcha que as ovelhas da raça Ideal. Os cordeiros da raça Corriedale eram os mais pesados e tinham maior índice de sobrevivência, quando comparados com os da raça Ideal. A raça não afetou o escore de comportamento materno. Ovelhas reativas (ECM=1), que fogem e não retornam aos seus cordeiros, se isolaram menos do rebanho antes do parto, protegeram menos suas crias, desmamaram-nas mais cedo e tiveram menor peso em relação às não-reativas. A reatividade das ovelhas prejudicou o cuidado materno com os cordeiros e essa característica deve ser considerada pelo setor produtivo.

Palavras-chave: comportamento materno, cordeiro, sobrevivência, temperamento.

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a observação do comportamento animal vem permitindo aprimorar o manejo dos mesmos, podendo contribuir para reduzir o seu estresse frente às práticas rotineiras de manejo nas fazendas (GRANDIN, 1997). O temperamento pode ser definido como a reatividade do animal frente a situações novas ou desafiadoras que existem no ambiente (WILSON et al., 1994) e é uma característica intrínseca dos animais que, no entanto, pode ser modulada pela experiência prévia. GÉLEZ et al. (2003) observaram que o temperamento nervoso e a falta de experiência sexual e/ou idade podem diminuir o comportamento sexual das ovelhas. Em adição ao comportamento maternal, isto poderia explicar o baixo desempenho de ovelhas jovens. Portanto, experiência e temperamento devem ser levados em consideração no manejo do rebanho ovino.

A elevada reatividade das fêmeas pode causar o abandono de cordeiros pelas ovelhas e aumentar a mortalidade das crias no periparto (GRANDIN, 2000). Segundo Osório et al. (1998), no Estado do Rio Grande do Sul, esta mortalidade é em torno de 40% até o desmame. Parte dessas perdas ocorre logo após o parto, devido ao consumo insuficiente de colostro, à hipotermia ou à predação. Todavia faltam estudos que relacionem a elevada mortalidade dos cordeiros com os aspectos comportamentais das ovelhas. Reale et al. (2000) afirmaram que essas perdas poderiam ser reduzidas, uma vez que, com a identificação das principais causas da mortalidade, as ovelhas poderiam ser selecionadas para habilidade materna, pois o temperamento apresenta valores médios a altos para repetibilidade e herdabilidade.

A desnutrição durante a prenhez não afeta somente o bem estar da mãe, mas também a personalidade da prole, levando a um aumento da reação emocional e prejudicando a flexibilidade cognitiva nas crias. Além disso, ocorre decréscimo de peso ao nascimento, afetando o progresso comportamental neonatal do cordeiro e aumentando a mortalidade (DWYER et al., 2003). Segundo CLARKE et al. (1997), cordeiros mais leves têm maiores riscos de hipotermia do que os mais pesados.

GRANDINSON (2005), ao relatar o comportamento materno, afirmou a sua vital importância para muitas espécies. Vários estudos foram realizados para rever algumas características de seleção potencial no comportamento maternal, que podem ser melhoradas ou não, obviamente garantindo uma maior oportunidade de sobrevivência da progênie. As características de produção, como crescimento e aumento de peso, e reprodutivas, como o tamanho da prole, exigirão um maior comprometimento da mãe durante o período de aleitamento. Com a inclusão destes fatores, o sucesso maternal nos programas de seleção é de suma importância, pois os conhecimentos dos geneticistas e etólogos, em relação à habilidade materna, permitirão definir testes padronizados que possam ser utilizados em grande escala. A habilidade materna pode ser avaliada tradicionalmente pelo peso dos cordeiros desmamados por ovelha, mas pode ser avaliada complementarmente pelo comportamento materno-filial. O comportamento da mãe próximo do cordeiro tem um grande efeito na sobrevivência do mesmo, particularmente em situações extensivas (NOWAK, 1996) e pode também afetar o peso do cordeiro ao desmame e, assim, a produtividade da ovelha (O'CONNOR et al., 1992).

Um método de medida do comportamento maternal dos ovinos é o uso de um sistema de escore de comportamento materno (ECM), desenvolvido por O'CONNOR et al. (1985), baseado na proximidade da ovelha ao seu cordeiro à medida que esse é manejado, dentro das 24h de seu nascimento. Os autores constataram que o número de cordeiros amamentados e a porcentagem de cordeiros nascidos cresceram a cada unidade de aumento no ECM (valor atribuído de 1 a 5). Houve um crescimento proporcional de 0,05kg no peso ao desmame dos cordeiros amamentados nas ovelhas com maior ECM.

LAMBE et al. (2001) verificaram que o escore de comportamento materno das ovelhas Blackface foi significativamente maior para as multíparas e para ovelhas com gêmeos, quando comparadas com as ovelhas com um único cordeiro. O ECM não teve efeito significativo no ganho de peso dos cordeiros. Ovelhas com ECM igual a 1 (ovelhas que fogem e não retornam aos seus cordeiros, após o manejo de identificação e pesagem dos mesmos) obtiveram uma porcentagem de morte dos seus cordeiros significativamente maior, antes do manejo de identificação e ao desmame, do que as que tiveram ECM maior. A seleção para reduzir as ovelhas dessa categoria pode, portanto, ser benéfica. A variação genética estimada para o ECM foi pequena, mas significativa (0,15), sugerindo que as maiores fontes de variação nesta característica sejam ambientais. As estimativas de herdabilidade (0,13) e repetibilidade (0,32) podem ser altas o suficiente para considerar a inclusão do escore de comportamento materno nas metas da raça para melhoramento genético.

Na presente pesquisa, objetivou-se avaliar o temperamento e o comportamento materno-filial de ovelhas das raças Corriedale e Ideal e relacionar esses aspectos comportamentais com a sobrevivência dos cordeiros.

 

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Estação Experimental da Embrapa, Bagé, Rio Grande do Sul, entre março de 2005 e fevereiro de 2006. Foram utilizadas 47 ovelhas da raça Corriedale, com peso médio de 52,1+/-0,66kg, e 45 ovelhas da raça Ideal, com peso médio de 49,5+/-0,71kg. As ovelhas foram mantidas em pastagem natural melhorada com a introdução de azevém (Lolium multiflorum) e trevo branco (Trifolium repens).

O temperamento foi avaliado antes do início do encarneiramento, no final de março de 2005. Foram utilizados quatro testes para medir o temperamento das ovelhas a saber:

1- O teste do tempo de fuga adaptado de BURROW et al. (1998), quando se mediu o tempo gasto por cada animal para percorrer uma distância de dois metros, na saída do brete.

2- O teste tipo de marcha adaptado do teste desenvolvido por SILVEIRA (2005), no qual se atribuiu um escore de acordo a velocidade da marcha dos animais, na saída do brete. Escores para os tipos de marcha: 
1- caminhando devagar; 
2 - caminhando rápido; 
3- troteando; 
4- correndo.

3- O teste de distância de aproximação ou teste com presença humana, originalmente chamado de teste de distância de fuga (adaptado de BOIVIN et al.,1992). Foi realizado no curral de observação, com as paredes laterais cobertas com lona de polietileno, para isolar visualmente o animal colocado no seu interior dos seus companheiros de rebanho. O piso do curral foi demarcado com barbante, em espaçamentos de 1 m2. Cada animal foi colocado no interior do curral e permaneceu sozinho por 30 segundos. Posteriormente, o observador entrou no curral, permanecendo imóvel junto à porteira por mais 30 segundos. A seguir, o observador se aproximou vagarosamente do animal, até ocorrer o primeiro deslocamento do mesmo. Registrou-se a distância (número de quadrados = metros) entre o observador e o animal.

4- O escore comportamento materno (ECM), que consiste em atribuir escores, os quais obedecem a uma escala de cinco pontos, para avaliar a distância de fuga das ovelhas, adaptado de LAMBE et al. (2001). Ele foi realizado durante o manejo de identificação dos cordeiros e pesagem. Os cordeiros que nasceram pela manhã foram identificados e pesados à tarde e aqueles nascidos à tarde foram identificados e pesados na manhã seguinte. Os observadores se aproximavam e um deles segurava o(s) cordeiro(s) para realizar a prática de manejo de controle de parição e anotava os dados, enquanto o outro estimava a distância de fuga, obedecendo aos seguintes escores:

1 - Observador se aproxima segura o(s) cordeiro(s) para pesar e identificá-los com brinco, a ovelha se afasta e não retorna, não mostrando interesse pela sua prole; 
2 - A ovelha recua mais de 10m do observador e retorna, assim que ele se afasta; 
3 - A ovelha recua entre 5 e 10m do observador, quando ele se aproxima do(s) cordeiro(s) para pesar e identificá-lo(s), mas retorna assim que o mesmo se afasta; 
4 - A ovelha recua do observador, mas permanece num raio inferior ou igual a 5m do(s) cordeiro(s), parada ou circulando em sua volta, quando do manejo de controle de parição; 
5 - A ovelha permanece ao lado do observador, cheirando a(s) cria(s) ou não, durante o manejo de controle de parição.

Foi elaborado um etograma para a identificação das ovelhas e foram registrados: peso vivo, condição corporal, temperamento, integridade do úbere e tetos, idade ao parto, atitude da ovelha em facilitar a mamada (ficar em pé e permitir a aproximação do cordeiro ao úbere) e permanecer junto à cria, latência do cordeiro para ficar de pé e mamar, escore de comportamento materno, sexo das crias, taxa de sobrevivência dos cordeiros e, peso ao nascimento e ao desmame. As observações do comportamento das ovelhas e dos cordeiros foram realizadas durante o período diurno, pela manhã, das 7h 30min às 12h e, à tarde, das 14h às 18h. Os comportamentos foram registrados de forma direta e focal por meio de observações nas primeiras horas após o parto. Os recursos utilizados para coleta de dados foram: binóculo, gravador, filmadora e etogramas. Após o desmame, os cordeiros foram pesados e submetidos aos testes de velocidade de fuga e o tipo de marcha.

As mesmas pessoas responsáveis pelo controle de parição e pelo ECM permaneceram em suas funções até a última parição. Ovelhas que receberam ECM=1 (se afasta e não retorna), tiveram seu comportamento observado, para verificar se não iriam rejeitar a cria, quando do reencontro com o seu cordeiro, após o manejo de identificação.

Foi adotado o delineamento inteiramente casualizado, onde os animais se constituíram as unidades experimentais. Diferenças raciais e de classes de temperamento foram avaliadas pelo método dos quadrados mínimos, através do procedimento GLM (SAS, 1989, versão 6.12), usando o tipo de parto (simples ou gemelar) e a idade ao parto como co-variáveis. Já para a característica sobrevivência até a desmama, de caráter binário, foi avaliada quanto a diferenças raciais por meio do procedimento GENMOD com ligação PROBIT (SAS, 1989).

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi constatado um efeito significativo de raça para o tipo de marcha. As ovelhas da raça Corriedale apresentaram maior escore para o tipo de marcha quando comparadas com as ovelhas da raça Ideal (1,87 x 1,19). No entanto, a raça não afetou o escore de comportamento materno (4,06 x 3,83), o tempo de fuga das ovelhas (7,27 x 4,64 segundos) e o dos cordeiros (12,66 x 8,50 segundos) nem o tipo de marcha dos mesmos (2,79 x 2,84). A raça afetou o peso ao nascimento e o índice de sobrevivência (Tabela 1), sendo que os cordeiros da raça Corriedale eram mais pesados, (3,54 x 3,12kg) e com maior índice de sobrevivência (97,5 x 93,3%) que os da raça Ideal.

Foram verificadas diferenças individuais entre ovelhas quanto ao escore materno e a diferenças raciais e individuais relativas à agitação das ovelhas medidas no teste de arena. Quanto aos cordeiros foram detectadas diferenças individuais e raciais quanto ao tempo de latência para ficarem de pé e mamar e número de cordeiros que mamaram sem ajuda. Todas as características citadas estão diretamente relacionadas às taxas de sobrevivência e ao peso a desmama (O'CONNOR et al., 1985; SIMM et al., 1996; DWYER & LAWRENCE, 1998; LAMBE et al., 2001; DWYER et al., 2003; CLOETE et al., 2005).

O ECM das ovelhas influenciou o peso médio dos cordeiros ao desmame e o número de dias de aleitamento (Tabelas 1 e 2). As ovelhas mais reativas protegeram menos (P<0,0001) p="0,0152)">

 

 

Não foram observadas diferenças de ECM entre as raças, mas observou-se maior proporção de ovelhas nos escores 3, 4 e 5 (Tabela 2). O ECM foi positivamente correlacionado com o número de dias até a desmama (r=0,39, P<0,0001, n="121)." r="-0,20," p="0,0352," n="107)." r="0,22," p="0,0117," n="130)" r="0,23," p="0,0172," n="108)." r="-0,29," p="0,0019," n="113).">

MURPHY et al. (1998) selecionaram ovelhas Merino para temperamento calmo e nervoso. O temperamento foi mensurado pela apreensividade e reatividade das ovelhas em resposta aos humanos e a um ambiente novo. Ovelhas selecionadas para temperamento calmo, geralmente, manifestaram um melhor comportamento materno evidente, pois durante o parto permaneceram próximas ao ser humano, manifestaram menor reatividade e foram mais rápidas para retornarem aos seus cordeiros, comparadas com as ovelhas nervosas.

O comportamento materno se altera com a idade e a experiência da ovelha. Quanto mais tempo esta permanece com seus cordeiros, maior será a probabilidade de sobrevivência da prole. A variável idade ao parto ajustou as médias para ECM e raça, apresentando efeito significativo para dias de aleitamento e peso ao desmame.

A taxa média de sobrevivência dos cordeiros foi de 83,9%, corroborando os resultados encontrados por EVERETT-HINCKS et al. (2005), os quais encontraram o valor de 83%. Não houve efeito significativo (P=0,07) da idade ao parto das ovelhas sobre a sobrevivência dos cordeiros. Não houve diferença na distribuição das freqüências de ovelhas conforme seu escore materno para idade ao parto e tipo de parto (gemelar ou simples) (Tabela 3). Também, não foram observadas correlações lineares significativas entre idade ao parto ou escore materno para as seguintes variáveis: tempo para os cordeiros levantarem, latência de mamada e peso ao nascimento.

EVERETT-HINCKS et al. (2005) estudaram o efeito do escore de comportamento materno das ovelhas sobre a sobrevivência dos cordeiros. Esses autores observaram que a sobrevivência aumentou significativamente com o aumento do ECM, porém não foi verificado nenhum efeito estatístico da idade da ovelha sobre a sobrevivência dos cordeiros.

Foram observados os seguintes atributos descritivos: idade ao parto variou entre 2 e 11 anos, com média de 4,85+1,74 anos; tempo para levantar de 9 a 62 minutos, com média de 22,62+13,16 minutos; e latência entre levantar e mamar entre 3 a 30 minutos, com valor médio de 10,46+7,96 minutos.

O ECM não influenciou o tempo gasto pelo cordeiro em se levantar, a latência para a primeira mamada e a atitude de limpeza do cordeiro pela ovelha (P>0,05). Entretanto, a freqüência relativa das ovelhas que protegeram os cordeiros nas primeiras horas do periparto mudou significativamente (Teste c2, P< ecm="quatro" ecm="dois" p="0,08).

O tipo de parto (simples ou gemelar) tendeu a influenciar o peso dos cordeiros ao nascer e ao desmame (P<0,10),>

É sabido que o comportamento materno tem grande influência sobre a sobrevivência da progênie durante o período de aleitamento ou pré-desmame. O conhecimento dos geneticistas e etólogos em relação à habilidade materna permitirá definir testes padronizados que possam ser utilizados em vários estudos (GRANDINSON, 2005).

 

CONCLUSÕES

A raça não afetou pronunciadamente as variáveis descritoras do temperamento no pré- encarneiramento, mas influenciou o desenvolvimento corporal e a sobrevivência dos cordeiros. Ovelhas com pior escore de comportamento materno no periparto demonstraram menor cuidado com os cordeiros no periparto e desmamaram seus cordeiros mais cedo em relação aquelas que tiveram um melhor escore. Considerando-se a elevada mortalidade dos cordeiros até o desmame, essa característica deve ser considerada pelos produtores nos programas de melhoramento animal, visando reduzir o número de fêmeas extremamente reativas e com tendência a abandonarem suas crias e/ou produzirem cordeiros mais leves.

 

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa de produtividade em pesquisa concedida ao segundo autor, à Embrapa-CPPSUL, pela cessão dos animais experimentais, das instalações e dos funcionários e à PPGZ-UFPEL, pelo apoio financeiro no deslocamento da equipe.

 

REFERÊNCIAS

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¿PORQUE POLLED HEREFORD?

LA RAZA POLLED HEREFORD ES DOCIL, EFICIENTE Y PRODUCTIVA, EL TEMPERAMENTO DE LA RAZA INFLUIRA MUY POSITIVAMENTE EN SU HATO CON:

  • TASAS DE CRECIMIENTO.
  • FERTILIDAD (Conocida como la raza mas fértil)
  • EXCEPCIONAL HABILIDAD MATERNAL (Su habilidad para destetar un porcentaje mas alto de crías es reconocida mundialmente)
  • MAYOR CONVERSION (solo hay que ver como los buscan y los reconocen todos los engordadores)
  • ALTA RUSTICIDAD, MUY ADAPTABLE A DIFERENTES CLIMAS (Se encuentra desde las zonas mas frias de Canada, USA, hasta zonas como Brasil, Uruguay, Argentina, Australia, etc… es por esto que es la raza con mas población en el mundo)
  • CONOCIDA COMO LA RAZA CAMINADORA X EXCELENCIA (Los lugares clásicos para la cría de “Cara Blanca” es en lugares donde los potreros son de extensiones grandes, donde hay que caminar mucho cada día para obtener la comida y/ agua y donde se carece prácticamente de sombras)
  • DE TAMAÑO MODERADO LO QUE PROVOCA MAYOR EFICIENCIA EN PASTOREO /Machos de 850 a 1,100 kgs/ Hembras /600 a 750 kgs (requiere menos pastoreo para mantener su condición, animales grandes requieren caminar mucho mas para conseguir la dieta del día y el mercado de carne solo paga bien hasta los 550 kgs.)
  • CALIDAD DE LA CANAL Y MAYOR RENDIMIENTO (solo hay que recordar el buen prestigio de la carne del “ganado del norte”. Si recordamos es el “CARA BLANCA DE CHIHUAHUA”)
  • LA RAZA CON MENORES NIVELES DE ESTRÉS (según estudios animales con menor estrés crecieron 1.04 kgs. Por día mientras que los de bajo nivel de estrés crecieron 1.46 kgs. Por día)
  • AL SER POLLED AHORRA EL MANEJO DE DESCUERNE Y EL QUE SE LASTIMEN ENTRE ELLOS.
  • ES UNA RAZA PRÁCTICA PARA EL GANADERO PRÁCTICO.
  • LAS CRUZAS CON OTRAS RAZAS PRODUCEN HIBRIDOS DE INIGUALABLE CRECIMIENTO Y PRODUCCION DE CARNE Y LAS HEMBRAS RESULTANTES SON INIGUALABLES EN HABILIDAD MATERNA Y RUSTICIDAD..

Gobierno estudia limitar los "enlatados" en TV

El gobierno diseña un proyecto de ley de contenidos para asegurar la diversidad y mayor presencia de la producción nacional en los medios. En el caso de la televisión abierta, se estudian medidas como la "cuota pantalla" e impuestos a "enlatados". La ministra de Educación y Cultura, María Simon, señaló a Ultimas Noticias que en su cartera está en proceso de discusión un proyecto de ley sobre contenidos culturales en general -música, televisión, cine, teatro, editoriales y danza- los que deben estar contemplados en los medios masivos de comunicación. "Es un tema delicado, no se trata de prohibir, sino de estimular" la producción nacional, enfatizó. Precisó que existe una industria naciente que "los medios mayoritarios no suelen incluir". Académicos nacionales y extranjeros, gestores, empresarios y Andebu, se reunieron en el primer foro "Contenidos culturales y medios de comunicación", que se realizó en el teatro Solís, el 22 y 23 de abril, para debatir en torno a posibles soluciones a esta situación. Al mismo no asistieron representantes de los canales abiertos. "La producción nacional no está valorada y la ley del Fondo Nacional de Música podría ser un modelo a seguir en otros campos de la cultura", ejemplificó Simon. En el mismo sentido, afirmó que se están discutiendo los criterios que debería establecer la futura norma, entre los que se han sugerido "el tiempo de exposición y el horario en el que debería permanecer la producción nacional en los medios, aportes por parte de la producción extranjera y, a su vez, la promoción de los contenidos nacionales en su sentido más amplio". 


Manifestó que "aún resta mucho por hacer para desarrollar el mercado interno, aunque existen avances". Recordó en este sentido la buena experiencia de los Fondos Concursables -del MEC- con los que se financiaron distintos proyectos culturales que presentan artistas nacionales o el Fona -concurso que promueve la Intendencia Municipal de Montevideo para costear producción audiovisual-. 

CON LEGISLADORES

Las autoridades del MEC tiene previsto reunirse el 28 de mayo con legisladores para analizar la necesidad de crear una ley sobre el asunto. En la ocasión se presentarán a los parlamentarios las distintas opiniones recogidas en el foro y un resumen de la reglamentación internacional en la materia. 

El director Nacional de Cultura, Hugo Achúgar dijo ayer a Ultimas Noticias que espera que en junio "esté listo un proyecto de ley sobre contenidos culturales". El mismo "no es solo una ley de cuota pantalla, sino articular lo que dice la ley 16.624 que creó el Fondo Nacional de la Música", donde se plantea que todo espectáculo o conjunto musical extranjero debe aportar un 5% de lo recaudado a dicho Fondo, y un 3% cuando estuviera "complementado" de un espectáculo nacional, así como la ley de cine. Esta última ley crea el Instituto del Cine y el Audiovisual, al que se le destina una partida anual de 25 millones de pesos destinada a concursos y apoyos no solo a la producción, al guión, posproducción, distribución, comercialización, formación y preservación de obras audiovisuales. 

Al respecto, Achúgar manifestó que son algunos de los insumos que fueron planteados por los distintos actores, "la idea es dar un marco serio e institucional a una discusión que el país tiene que darse, por eso los foros", dijo Achúgar durante su comparecencia en la Comisión de Educación y Cultura el pasado 13 de mayo. 

El jerarca se mostró partidario de aplicar en el país "el modelo canadiense aunque adaptado a Uruguay". En Canadá funciona el sistema de cuota de pantalla, y el 60% de los contenidos deben exhibir la programación local. Esta cuota asegura al público el acceso a obras canadienses. 

El camino para Achúgar estaría, según dijo a Ultimas Noticias cuando asumió el 7 de octubre de 2008, en la realización de concursos, la ley de incentivos fiscales, y el fomento de seriales nacionales, a través de la gestión con iniciativas de actores públicos y privados. 

"El Estado tiene que administrar y vigilar la totalidad, pero no tiene que hacerlo todo", concluyó.

Mardones: "Carga impositiva para tele chatarra"

Cuando Luis Mardones era el director nacional de Cultura manifestó, en entrevista con Ultimas Noticias el 2 de julio de 2008, su preocupación por los espacios que ocupan en la televisión abierta los contenidos denominados "chatarra". Planteó la necesidad de lograr un equilibrio entre programas de entretenimiento y educativos, y consideró oportuna la creación de un marco regulatorio que no caiga en la censura, pero que a través de mecanismos fiscales oficie como disuasivo para los canales. En ese sentido, afirmó que la "televisión chatarra debería tener mayor carga impositiva" y el asunto se volvió motivo de discusión nacional.

Avión fumigador pierde su carga en Guichón mata a 800 vacas y causa mortandad de miles de peces


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Un avión fumigador perdió parte de su carga agrotóxica en pleno vuelo en Guichón, provocando la muerte de 800 vacas y la mortandad de miles de peces en varias cañadas y corrientes de agua de la zona. La grave situación fue denunciada por el diario digital El Carolino que a su vez entrevistó a la Dra. Graciela Cristina Gomez, quien en Argentina está llevando adelante una fuerte campaña en el tema. La especialista dice que Uruguay integra la "República Unida de la Soja", junto con Argentina , Brasil, Paraguay y Bolivia. Asegura que la utilización de agrotóxicos es descarada en Uruguay como en su país, Argentina, y que los daños a la salud que le están provocando a los niños son irreparables. Por ejemplo, en Uruguay el endosulfán se usa en cebolla, tomate y frutas, pero su mayor uso es en la soja, como en Argentina, sabiendo que está prohibido en 55 países, incluido EEUU.

¿Conoce cuál es la situación en Uruguay acerca de los agrotóxicos?

En Uruguay la soja comienza a cultivarse en 1998 , la importación de plaguicidas aumentó un 350 por ciento entre 1997 y 2005 ,especialmente el Round Up, según los datos de un organismo del Ministerio de Ganadería, Agricultura y Pesca .Lo que indica a las claras la gravedad del tema.  Pero no solo eso, frutas, como la manzana, reciben cantidades increíbles de
inseticidas y fungicidas y una vez cosechadas las vuelven a rociar con químicos para conservarlas. En Uruguay el endosulfán se usa en en cebolla, tomate y frutas, pero su mayor uso es en la soja, como en Argentina, sabiendo que está prohibido en 55 países incluido EEUU. El Senasa, los gobiernos de Santa Fe y Entre Ríos deben creer que es sal de mesa. Me pregunto ¿Saben qué frutas están comiendo? Si se fumigan campos de soja, cómo no hay registros de gente afectada por las fumigaciones, o también son silenciados o ignorados como en Argentina?

  

¿Hay productos no nocivos para fumigar la siembra?


Si los hay, agroecológicos, pero no hay interés en investigar y llevar a la práctica este tipo de métodos porque las mismas "fabricas del espanto", te venden semilla y el plaguicida, no te dejan elegir, el negocio viene en combo.Son un poco más caros por eso no los usan. El decano de una universidad de Argentina dice que "el glifosato es de baja toxicidad", uno de Medio Ambiente quiere fumigar en la vereda de las casas, otro de Misiones te invita a invertir en la provincia recibiéndote con la copa de bienvenida de glifosato. O tienen el bolsillo encadenado a Monsanto o se equivocaron de profesión. Hacer política no te habilita a jugar con la salud de una población, si no quieren ver los estudios concluyentes que existen sobre el Round Up, sigan con su ceguera como todos los genocidas que los rodean, sigan engrosando su cuenta bancaria,y miren como enferman "por la baja toxicidad" los banderilleros de Las Petacas, Silvino Talavera y los primitos Portillos ya fallecidos ,que podrían ser sus hijos, pero no abran la boca. "La cuenta regresiva para el granero del mundo" ,como dice mi nota, ya comenzó, la soja tiene poca vida. Pachamama se encargará de finiquitarla.Vayan pensando en regar su jardín con el excedente de glifosato, que va a sobrar. Sigan rociando de camalotes las cabezas de alumnos de escuelas rurales, las vías del tren, plazas y parques con el "matayuyos". Rachel Carson, pudo con el DDT, éste nuevo asesino también será prohibido, lamentablemente a costas de las vidas de mucha gente.

En su publicación "Lo que no se dice del arroz" habla de los efectos malignos de las fumigaciones, de los campos de arroz y de los de soja, ¿qué datos específicos tiene de Uruguay?

La ciudad de Bella Unión, está rodeada de arroceras. Se está echando insecticidas y otros herbicidas literalmente arriba de los pueblos, ya hay varios problemas de salud en gente de lugar, y afecciones respiratorias en niños. El polvillo también es otra causa de enfermedades en Tacuarembó.La descarga y depósitos en silos, hace que el polvillo esté presente en el
aire. El traslado y secado de la cáscara de arroz produce una nube constante Los niños que residen a un radio de tres cuadras son afectados con enfermedades respiratorias, asmas y alergias. Pero instalar filtros adecuados es muy costoso y la firma Saman no se mostraba dispuesta a hacerlo, por lo que sé ,se la intimó a relocalizar la planta.  En Santa Fe el gobernador vetó una ley de silos y eso no sucede, Samán debe estar pensando radicarse allá.

¿Hay ignorancia de estos temas en los organismos oficiales?

La ignorancia de los funcionarios públicos es tal, que como dice la Revista Superficie de Misiones , no sé si es ignorancia o complicidad genocida , ya que como digo siempre, se "puede" desconocer sobre fumigaciones, glifosato o "deriva", pero no se "debe"desconocer la normativa trabajando en un organismo oficial. En Uruguay tienen una Resolución del año 2004 del Ministerio de Ganadería ,Agricultura y Pesca que fija 500 medtros de distancia para las fumigaciones aéreas y 300 para las terrestres, lo que ya habla a las claras de la desprotección de las familias que viven cerca de campos de soja, ya que esa distancia es un disparate, teniendo en cuenta la "deriva" y leyes provinciales de Argentina, que a pesar de ser insuficientes, fijan una distancia mayor, lo que hoy ya no es suficiente, teniendo en cuenta que hasta se fumiga en horario nocturno y sobre las casas.
Tampoco hay líneas agronómicas porque las Comunas que son clubes de barrio, no municipios, están interesados en otros temas, porque de éste "no saben nada" expresando con total desverguenza "no vamos a ir contra el campo".

¿A qué se deben esas falencias en la normativa de Uruguay?*

Al desconocimiento e ignorancia de los funcionarios uruguayos en estos temas, de otra manera ¿cómo explica que la en revista del Plan Agropecuario (mayo – junio del 2001), se afirme que "el uso del glifosato no afecta al medio ambiente ni a la salud humana". Y que "No contamina las aguas ni el suelo ya que se inactiva en contacto con el mismo". No tienen idea del glifosato y sus efectos , tampoco les interesa ahondar en estos temas, de otra manera no tendríamos que leer estas barbarides ni escuchar con qué desparapajo hablan en los medios funcionarios argentinos como Mackler de Medio Ambiente de Santa Fe y Alsina de Misiones, esa gente debería renunciar.


¿Cómo ve estos temas en el futuro de nuestro país?*

Al ver que se termina con moratoria sobre los transgénicos, dándole vía libre a las multinacionales cuya única finalidad es que Uruguay pase a formar parte de la "República Unida de la Soja" como Argentina, Brasil Paraguay y Bolivia, dándole razón a la investigadora Marie Monique Robin, quién lo anticipa en su libro "El Mundo según Monsanto", qué más se puede
decir. Ignorando todo ésto establecen una "coexistencia regulada en la utilización de organismos genéticamente modificados", sin discutir con los sectores y organismos interesados, campesinos y ambientalistas. Prometiendo crear una Comisión que crearía una ley de biotecnología en el plazo de un año, esto fue creo que en julio de 2008, el plazo se termina y de la ley no hay novedades ,o solo fue otra promesa más, ahogada por intereses a los que poco les importa la salud, la biodiversidad ni la soberanía alimentaria de los uruguayos. Buen tema para incluir en la agenda de los próximos candidatos a elecciones que, como en mi país, se llenan la boca con las palabras "Desarrollo Sustentable". Me gustaría que alguno de ellos me contestara de qué se trata el Informe Brundtland, estoy segura que no tienen ni idea, pero suena bien en las campañas también lo BIO, que en práctica es NECRO y lo seguirá siendo, mientras haya personajes como los que ya le nombré.

¿Qué podemos ,como ciudadanos exigir a nuestras autoridades?

Que se haga un control efectivo sobre estos temas y OMG, pedirle al gobierno que obligue a las empresas a identificar los productos transgénicos , el control ES POSIBLE , lo que no hay es voluntad de realizarlo. El gobierno uruguayo pone a Nueva Zelanda como ejemplo en materia de producción agropecuaria, por qué no sigue su ejemplo y prohíbe el uso de endosulfan, o se suma , como las 172 regiones europeas que se han declarado "Libres de Transgénicos" o extendieron su moratoria, como Suiza y Grecia donde es creciente el rechazo a estos productos. Alertar cuando vean fumigaciones cercanas a poblados o huertas, denunciar sin miedos, la salud de la gente está en juego y no se están tomando las precauciones debidas. Promover la agroecología, educación e investigación, privilegiando la producción local para el consumo local , como dice Altieri.
El glifosato no es biodegradable, miles de estudios lo confirman. El director del Registro Nacional del Cáncer, del Ministerio de Salud Pública, Dr. J. A. Vasallo, en su libro Cáncer en el Uruguay, de 1989, expresó que hay un incremento del 64% en los últimos 30 años, somos conejillos de indias de estas multinacionales genocidas, el agrocidio es real, hagamos algo ahora, mañana será demasiado tarde.

¿Un último mensaje que quiera dar?


Sí, a los "mediocres masivos de la in-comunicación", como los llama el Dr.Vennera : Los medios hacen notas nombrando los feedlot o el veto de la ley de silos, temas tocados por nosotros, ambientalistas de un pueblo perdido en el norte, que denunciamos mucho antes que estas nuevas noticias."
"Fotocopias" de las nuestras, a las que nunca les dieron un espacio, pero "copian y pegan" de mi blog. Lo más cómico de una de ellas es que entrevistan a un andrólogo, al que en ningún momento le preguntaron por la infertilidad masculina producida por los pesticidas, denunciada por médicos rurales, o sobre espermatozoides masculinos, la pobre calidad seminal, y el descenso en el recuento espermático, que mermó más de un 45% .

"No se trata de convertir el periodismo en panfleto, pero sí de decir bien alta la verdad y ser la voz de los los sin voz, condenados al ostracismo por un modelo comunicacional miserable al servicio del mercado. Maldigo al poeta que no toma partido, dijo Gabriel Celaya. Yo maldigo al periodista que no toma partido por los pobres, los sin voz, los indígenas, los trabajadores, los humillados, los olvidados, los que sufren, los que resisten, los que luchan", concluyó Pascual Serrano

Un ministro bien plantado

Prefiero hablar de pecado que de pecadores, de virtudes que de virtuosos, pero como en todas las cosas de la vida siempre hay excepciones. Todavía no se han apagado los fastos de la exposición rural que mostró en toda su dimensión el crecimiento espectacular de la producción ganadera y agro industrial del país y todavía resuenan ciertos discursos y se iniciaron los balances. El campo es y seguirá siendo crucial para el Uruguay. Para su economía, su sociedad y su identidad.

El campo uruguayo es uno de los sectores de crecimiento sostenido. Este primer semestre del año creció un 7.9% aportando de manera significativa al crecimiento general del PBI del 13.1%. El más alto de América latina y uno de los más altos del mundo.

El País de Madrid que muy pocas veces publica algo relacionado con Uruguay incluyó en su edición del domingo 21 de setiembre una nota muy elogiosa bajo el título : “Un oasis en el desierto”  Uruguay resiste el temporal económico internacional con un crecimiento económico superior a dos dígitos.

Firmado por Fernando Cano, el diario español afirma que:  “La economía uruguaya no parece verse afectada por la crisis inmobiliaria y financiera de EE UU, ni por la ralentización europea, ni tampoco por una reducción de la inversión extranjera. El pequeño país suramericano, acostumbrado a tasas de crecimiento irregulares y a verse perjudicado por la inestabilidad internacional, ha presentado una de las alzas del PIB más altas de todo el mundo durante el primer semestre. Los datos de la oficina de estadística nacional indican que en los últimos 12 meses la economía ha crecido un 13,1%, la cifra más elevada en casi veinte años. El país registrará en 2008 su sexto año consecutivo de expansión.

Esta cifra tiene una explicación coyuntural por el impacto de la puesta en marcha de la planta de celulosa Botnia, que generó grandes discrepancias con Argentina en los meses previos. No obstante, las autoridades se apresuran a aclarar que este efecto sólo explica tres puntos de alza en el PIB y que el resto corresponde a una mejora en el consumo interno, en la producción agrícola, las importaciones y el sector de las telecomunicaciones. Dentro de esta combinación de factores positivos destaca claramente la industria manufacturera, que se elevó más de un 20% en este período.

Esto ha generado una ola de optimismo entre las autoridades, que incluso se plantean elevar su previsión de crecimiento anual desde un 7,5% hasta el 10%. El año pasado, el país creció un 7,4%. De esta manera, Uruguay completaría su sexto año consecutivo de expansión económica, algo pocas veces visto en su historia reciente. Los analistas indican que este buen desempeño también es fruto de una ordenada administración económica y unas cuentas en buen estado, que le ha permitido registrar sus tasas de desempleo más bajas en una década.”

Estos resultados económicos globales en el Uruguay son absolutamente imposibles si un aporte fundamental del campo y de los agronegocios y, la producción agropecuaria nacional nunca lograría este nivel de crecimiento y de desarrollo sin una adecuada política económica global, aún con el más favorable contexto internacional. A los “contras” y a los “llorones” perpetuos les cuesta reconocerlo, pero el simple razonamiento tiene una lógica de acero. Inoxidable.

La izquierda uruguaya tiene un claro origen urbano, su evolución electoral y política lo confirma plenamente. Incluso su elaboración teórica, programática y política estuvo signada por ese sentido urbano y particularmente metropolitano. Mucho ha cambiado, en particular con este gobierno y este ministro de ganadería, agricultura y pesca.

Ernesto Agazzi en su discurso, en las respuestas que le dio a los periodistas al finalizar el acto de clausura de la rural, y en la entrevista en radio el Espectador y en 1410 AM Libre de la semana pasada demostró una visión concreta, pragmática y nacional de los problemas de su ministerio, pero además y sobre todo una visión del proyecto nacional en toda su perspectiva y a partir de un sector clave como el campo.

Fue un aporte no sólo en lo programático, en las prioridades de la agenda, sino en algo fundamental: en la forma de relacionar el Estado y este gobierno con los sectores del campo, descentralizando en serio. A pesar de los grandes éxitos, de las múltiples acciones concretas en el mantenimiento del estatus de sanidad animal, de la atención a los problemas sectoriales no fue un discurso ni una posición de autocontemplación y sólo de exhibición de éxitos – al contrario- habló desde lo mucho que nos queda por hacer, y que podemos y debemos hacerlo entre todos. Entre el Estado,  los productores y toda la sociedad uruguaya.

En épocas de bonanza para algunos sectores, recordó a los productores ganaderos del centro del país que enfrentan situaciones difíciles. Y esa mirada no es sólo desde la solidaridad o la sensibilidad social, sino desde un proyecto nacional que busca involucrar a todo el país, a todos sus sectores productivos.

Trató el tema de la legislación social para los peones rurales - un  debe histórico de nuestra sociedad – con altura y con profundo sentido de Estado. Y con sensibilidad de izquierda. Factores que perfectamente se pueden y se deben combinar.

Cuando lo quisieron embretar en el discurso dominante en algunos ambientes sobre que esta es la continuidad de una política económica, fue terminante: basta con mirar los resultados en el campo para darse cuenta que no se trata de la misma política, que se hicieron cambios importantes.

Y además fue generoso. Defendió a todo el gobierno, a todos sus compañeros de esfuerzo y de construcción. Cuando en otro de los “versos” que han instalado en la agenda política a prepo, la del excesivo gasto público, defendió con inteligencia y con fuerza a los “Gurkas” del ministerio de economía y finanzas, y la difícil tarea de asegurar el equilibrio fiscal y simultáneamente atender las prioridades sociales y económicas del desarrollo. Y con sutileza señaló que muchos que piden ahorro en el gasto público, cuando les toca a ellos reclaman aumentar el gasto.

Hubo un momento de tensión cuando un grupo de manifestantes que se quedaron callados y juiciosos mientras hablaba el presidente de la Asociación Rural del Uruguay, les vino un ardor opositor en medio del discurso del ministro. Lo resolvió con calidad y sobre todo no perdiendo nunca su posición de secretario de Estado, es decir de gobernante de todos los uruguayos.

No es uno de los ministros con más prensa, es notorio que se concentra en sus responsabilidades y en sus planes específicos. Y los resultados se ven. Hasta la oposición – no muy generosa por cierto – tuvo que reconocer los aciertos del ministro.

Todos esos discursos, declaraciones, entrevistas del ministro fueron muy buenas y son una demostración más de que tenemos un gran gobierno, pero lo más importante es que tenemos una excelente situación. A pesar de que los agoreros vaticinaron antes de las elecciones que se vendrían todas las plagas y que hace años que vociferan desde la oposición sobre todas las tragedias que nos amenazan, seguimos progresando y seguimos reconociendo todo lo que nos falta. A veces me viene la duda de si en realidad y con tal de recuperar el poder, de noche, en la soledad de su lecho algunos no sueñan  de que todo se venga abajo lo antes posible. Debo ser un malpensado.